MPT lança campanha de combate ao assédio moral no trabalho
As peças serão veiculadas na televisão, rádio e jornal dos principais veículos de comunicação local e nacional
São Paulo – O Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP) lançou, na quinta-feira (2), uma campanha de combate ao assédio moral. Os vídeos, anúncios e spots serão exibidos ao longo dos meses de julho e agosto deste ano. As peças serão veiculadas na televisão, rádio e jornal dos principais veículos de comunicação local e nacional.
A campanha é financiada com dinheiro de termo de ajuste de conduta (TAC) firmado com a Samsung, em dezembro de 2014, em que a empresa foi obrigada a pagar R$ 10 milhões de multa e tomar medidas para evitar o assédio moral em suas unidades.
Metade desse valor foi usado para contratar a empresa de publicidade Leo Burnett, que criou e executou a campanha, e comprar espaços nos veículos de comunicação. A outra parte do dinheiro foi destinada para instituições assistenciais como o Graac e a Faculdade Zumbi dos Palmares, entre outras.
“Ações como esta podem ajudar as pessoas a descobrirem o significado da expressão ‘assédio moral’, para que possam então combater e denunciar”, afirmou o procurador do Trabalho Marcelo Freire Sampaio Costa, representante do MPT-SP no TAC com a Samsung.
Segundo ele, “o combate ao assédio moral está relacionado à manutenção de um ambiente de trabalho saudável, com relações interpessoais saudáveis, voltado à proteção do trabalhador contra excessos cometidos nessas relações”.
Televisão – Os vídeos, com duração de 13 e 30 segundos, foram dirigidos pelo pernambucano Heitor Dhalia (dos filmes “Serra Pelada”, 2013, “À deriva”, 2009, e “O cheiro do ralo”, 2006) e mostram um chefe reunindo vários subordinados para apontar um deles, chamando-o de “incompetente do mês”. Os anúncios serão exibidos por emissoras como a Globo, a Band, a Record e o SBT e também podem ser assistidos no youtube, pelo link http://www.youtube.com/embed/ZSBY9mPhMw4.
Assédio – Até junho de 2015, o MPT em São Paulo recebeu 566 denúncias de assédio moral e processou seis empresas pela ilegalidade. Entre as principais reclamações estão transferir o trabalhador de setor para isolá-lo ou colocá-lo de castigo, fazer brincadeiras de mau gosto ou críticas ao trabalhador em público, atribuir erros imaginários ao trabalhador, ou dar-lhe instruções erradas, com o fim de prejudicá-lo, submete-lo a humilhações públicas e em particular, impor horários injustificados, forçar sua demissão, proibir de ir ao banheiro, entre outros.
A denúncia pode ser feita nos sindicatos, no MPT ou no Ministério do Trabalho e Emprego, entre outros. Segundo procuradores do Trabalho, a grande dificuldade na luta contra o assédio moral é a obtenção de provas contra o agressor. O MPT recomenda que antes de denunciar o trabalhador reúna gravações, fotos ou documentos para mostrar que foi assediado, além de buscar testemunhas.
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